É difícil não se deixar seduzir pelos encantos, pela organização e por todo aquele esnobismo exacerbado de poderio econômico que os campeonatos Europeus de futebol desnudam aos nossos olhos ao assistirmos os canais esportivos fechados.
Quando comparamos com o nosso, sentimos um certo complexo de inferioridade, o tão falado "complexo de vira latas". Sentimento esse, que compromete nossa avaliação e deturpa talvez a realidade do que vemos.
Vejo muitos comentaristas exaltando a qualidade de jogadores que aparentam serem estrelas de primeira grandeza, mas que na prática são parecidos com os nossos. Basta jogar em um grande time europeu e já concorre entre os melhores do mundo.
O Jogador que disputa o brasileirão, somente consegue status parecido se conquistar uma vaga na seleção brasileira e ainda assim muitos dirão "que ele tem que disputar um campeonato na Europa para evoluir" .
Algumas emissoras vendem os campeonatos Europeus como seu principal produto, e acentuam insistentemente através de alguns de seus comentaristas as diferenças, potencializando o efeito citado.
Nesse embalo todo, nota-se um ufanismo exagerado quanto a qualidade de jogadores como "Pirlo", que vem jogando bem na seleção Italiana e na Juve, mas tenho minhas dúvidas se teria um desempenho muito diferente do Zé Roberto no Grêmio, que apesar do que vem jogando se quer foi cogitado como um selecionável de Felipão.
Muitos outros nomes podem ser adicionados como : Balotelli, Fábregas, Pedro, Villa, e etc.... Me arrisco a dizer que é o caso até de Ibrahimovic, que é muito bom em marketing, mas que raramente realiza alguma proeza dentro das 4 linhas, mesmo com todo o time tendo que jogar para ele.
Outra constatação interessante é o fato de que os jogadores que atingem tal reconhecimento, cuja nacionalidade está inserida nos países que compõem o mercado europeu de futebol, dificilmente perdem a nobreza, enquanto que os demais, brasileiros e sul americanos tem que matar um leão por dia para continuar atuando no circulo do futebol mais rico do mundo.
Exemplos de jogadores como Lampard, Gigs, Gerard e outros já com uma certa idade que continuam sendo reverenciados, mas que há muito tempo deixaram de ser diferenciais e passaram a ser somente bons jogadores aplicados, enquanto que craques como Kaká, Ronaldinho Gaúcho e Robinho estão praticamente sem mercado lá fora.
As diferenças de competições entre Champions League e Libertadores da América são evidentes, mas é possível que o Brasileirão seja melhor, mais disputado e mais técnico que muitos campeonatos Europeus, inclusive Espanhol e Italiano que são campeonatos disputados por 2 ou 3 times invariavelmente.
Se nos despojarmos de sentimentos de inferioridade bem como megalômanos, podemos tecer comparações ponderadas, sem vícios e próximas da realidade uma vez que nós no aconchego de nossa poltronas, não temos qualquer interesse comercial no evento.
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