terça-feira, 27 de agosto de 2013

Homofobia clubística.



                                                                 Um fenômeno comportamental assintomático curioso veio à tona  nos últimos dias. Homofobia explicita de torcedores mais radicais cuja visibilidade fora deflagrada por um selinho trocado entre o jogador do Corinthians Emerson Sheik e seu amigo, cuja foto foi postado nas redes sociais pelo próprio autor.

O que existe de diferente em relação aos episódios de manifestações desse tipo, é que  este foi gerado por ações dos próprios inconformados.

Desde as declarações do ex-jogador do Corinthians Vampeta, em que comparou e chamou os jogadores e torcedores do São Paulo FC de "bambis", tentando estabelecer uma correlação direta entre estes e o homossexualismo, sucessivas comparações e acusações se tornaram fatos constantes e perduram até hoje.

Especialmente a torcida corintiana, faz questão absoluta em identificar o adversário tricolor como "bambis", "bicharada", "meninas do Morumbi" etc... em rodas de conversas e blogs, sempre com a intenção de rotular  os referidos como se fossem homossexuais, fazendo-o de forma pejorativa e ressaltando ainda a masculinidade latente que acreditam se  fazerem detentores.

Tal fenômeno, tomou proporções inimagináveis à ponto de estabelecer uma identidade absurda do clube vítima das constantes brincadeiras e "bullings "coletivos com o homossexualismo.

Isso aparentemente explica porque o ato de Emerson Sheik foi tão abominado pela torcida. Parte, por um sentimento homofóbico no sentido do preconceito (aversão) e parte maior, por um sentimento homofóbico no sentido literal da palavra (homo pseudo prefixo de "homossexual" e fobia do grego "medo").

Os torcedores demonstraram o medo terrível, de que o time e sua torcida sejam também chamados de time e torcida de homossexuais. Vislumbrando essa possibilidade, fizeram manifestações e retaliações ao jogador que chegou ao episódio surreal de um pedido de desculpas  aos reclamantes.

Tudo não passa de preconceito e loucura coletiva que acabam potencializando sentimentos e atitudes deploráveis e comprometem o desenvolvimento racional e humano.

Uma vez, que o assunto é futebol e comportamentos, este merece uma análise estritamente do ponto de vista clubístico.  Lá vai: Não acredito que a fobia corintiana se concretize, mas caso isso ocorra, possivelmente teremos um "racha" e considerando o perfil das duas torcidas, teremos o Corinthians como o time das "bichas pobres" e o São Paulo como o time das "bichas ricas".



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