domingo, 6 de abril de 2014

Carnaval, Futebol e a Copa do mundo

                                                         


                                                                              Está em moda, contestar a realização da Copa do mundo em nosso país através de movimentos formados em sua essência por estudantes e setores sociais inconformados com os gastos ao que esta deu causa.

Particularmente cresci vendo, jogando e vivenciando futebol, bem como nosso carnaval. Não consigo imaginar minha vida e história sem esses componentes.

A influência cultural e emocional desses eventos, são tão fortes, que em época de carnaval   tem-se a impressão que os dias são mais bonitos, as pessoas estão mais alegres, a batucada, o samba e a música povoam nossas cabeças e nos levam a um estado surreal e por uma semana pelo menos ficamos anestesiados, participando ou mesmo somente assistindo à um fenômeno de êxtase coletivo.

O mesmo acontece com o futebol, esse porém com mais intensidade que se acentuam com finais de campeonatos e as copas, em especial a copa do mundo. São  dias em que pensamos, falamos, comemos e respiramos futebol. O efeito da Copa do mundo em nosso país, no ponto de vista emocional é impactante.

Temos hoje porém, uma corrente que acredita serem esses eventos culturais os principais motivos de nossos problemas. Racionalizam acontecimentos culturais centenários e talvez por serem de uma geração que vivenciou menos esses costumes não sintam a influência e a dependência emocional que particularmente me atinge.

Deviam atentar mais para exemplos que deram certo. O futebol tem efeito parecido em muitos países ricos e pasmem revolucionários de plantão, em países como Alemanha, Inglaterra e outros também bem sucedidos.

A principal diferença é que fazemos sempre da forma errada, ou seja, somente explorando e sugando seus dividendos sem se preocupar em melhorar sua qualidade e promover seu desenvolvimento.

O futebol gera empregos, lazer, cultura, e quando bem administrado é um ótima fonte de arrecadação e desenvolvimento.

Infelizmente nossos gestores e administradores, sugam tudo que o esporte tem de bom e de forma inescrupulosa como a maioria das gerências nesse país que não são profissionais e sim políticas direcionando, manipulando e conduzindo situações sempre em favor de seus bolsos.

O problema parece não estar no futebol  e sim nos que o administram. A Copa do mundo no ponto de vista econômico é um ótimo negócio. Promove um aquecimento na economia, gera projeção cultural  internacional, bem como um pico de no mínimo 1,5 % no PIB do país que a realiza no ano em que é realizado . No nosso caso algo em torno de R$ 40 Bilhões de Reais. Se bem conduzida, deixa legados em todos os setores importantes do país.

Mas, se os estádios são superfaturados, as obras de suporte em torno não são executadas,  o dinheiro é desviado da forma como foi e elefantes brancos são edificados, teremos somente o lado emocional, também abalado pelas circunstancias.

Quando pensarmos no que o futebol significa para nós no ponto de vista econômico, devemos considerar de como ele poderia nos favorecer se fosse feito de forma diferente e por pessoas idôneas, honestas e sérias e não como tudo é feito por aqui.

Nesse imbróglio, por uma boa parte da população está se criando um sentimento negativo quanto a conquista da Copa do Mundo pela nossa seleção, como se isto fosse mudar os rumos politico, econômicos de tudo o que acontece de errado por aqui.

Faz-se necessário lembrar, que os desmandos da dinheirama liberada e superfaturamentos de obras aconteceram em quase todos os Estados e Municípios e que e estes são administrados por políticos de quase todos os partidos atuantes no país.

Quanto ao impacto eleitoral, hoje não se pode mais dizer que o resultado no campo decidirá as eleições, como acontecia nas décadas de 70,80 e 90. A conquista da Copa das confederações mostra que a popularidade da atual presidente que vinha de uma queda de 27% no auge das manifestações e chegou aos 30% (junho de 2013) antes do evento, com a conquista deste subiu 6% ( 36% agosto de 2013). É necessário avaliar que mesmo que esses pontinhos talvez nem sejam  efeitos da conquista e podem ter ocorrido face aos encerramentos das manifestações. As vaias à Dilma e Blatter, pelos torcedores que compareceram na abertura dos jogos e a forma como cantaram o hino nacional, são exemplos de que hoje muitos sabem perfeitamente separar as coisas .

O mundo mudou, a informação e a concepção de ideias e opiniões mudam muito rápido em todos os setores da população.

 Não sei explicar o fenômeno, mas noto que ocorre até mesmo nas classes menos favorecidas quando o assunto é informação.

 Acho que podemos torcer pela seleção sim e deixarmos fluir nossa paixão pelo futebol sem medo que isso mude a nossa situação "geo politica econômica" e das próximas gerações.

Curta a Copa e pelo "Amor de Deus" não torça pela Argentina.

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