sexta-feira, 8 de novembro de 2013

Codinome Beija flor.

                                                           
                                                                 
                                                                              Já há algum tempo venho me perguntando : O que aconteceu com os beija-flores ?  Não estou me referindo aos pássaros, estes ainda tem bastante.  Me refiro aos exímios cabeadores que cresci vendo flutuar em campo, quando as bolas eram alçadas em direção ao gol.

 Não se vê mais, aquelas disputas aéreas em que alguns jogadores subiam da forma clássica, com uma impulsão acima do normal e assinalavam tentos que nem eram considerados grandes gols porque "antigamente" eram comuns, porém hoje são raros.

Tivemos exímios cabeceadores entre eles Leivinha, Baltazar, Dario (Dadá Maravilha) , Jardel e talvez o maior de todos Pelé.

Outrora, parece que este fundamento era levado à sério e hoje está em completo esquecimento. Dos super craques pós Pelé : Maradona, Ronaldinho (fenômeno), Ronaldinho Gaúcho, Neymar, Messi e Zidane, nenhum deles foi ou são competentes nesse quesito, com exceção apenas de Cristiano Ronaldo que tem o tempo de bola e a classe nos movimentos dos antigos beija flores.

O cabeceio é um fundamento que requer um "tempo de bola cirúrgico" para saltar no momento correto em que a bola viaja, uma coordenação motora e força acima da média, para se atingir a altura máxima e no exato instante em que a bola se apresenta para ser alcançada e arremessada ao gol com movimentos de tronco, pescoço e cabeça.

Para que a bola ganhe força e direção, os fatores mencionados, tem que ser bem executados na ordem e de forma irrepreensível.

 A quase totalidade dos gols de cabeça marcados hoje, são lances atabalhoados e realizados por jogares de estatura alta e não trazem a beleza da plástica do movimento correto.

Quando o assunto é  beleza plástica, movimento perfeito e execução impecável, somos obrigado novamente a reverenciarmos o Rei.  Pelé executava este fundamento de forma ímpar e até hoje não se vê ninguém sequer se aproximar das imagens gravadas e exaustivamente reprisadas dos pequenos vôos deste, perseguindo a bola a aproximadamente 2, 50 metros de altura. Para que se tenha ideia do que representa essa medida é só olhar para a porta de qualquer cômodo de uma residência (2,10m), acrescentar mais 40 centímetros e imaginar como é complicado alcançar uma bola nessa altura, principalmente no caso de Pelé como uma envergadura de 1,73m.

Como nada fala mais e melhor que imagens, a gif acima mostra Pelé executando um cabeceio perfeito e assinalando um gol na decisão entre Brasil e Itália na copa de 70





É possível visualizarmos a fantástica impulsão do mais completo jogador de futebol que o mundo já viu nas fotos acima e até mesmo aferir uma impulsão que atinge próximo de 0,90 m de altura, algo hoje ainda realizado por poucos atletas profissionais do volei e do basquete.

Pelé saltava se deslocando para cima e para o lado no mesmo sentido e direção da bola. Impressiona não só a super impulsão, mas o tempo de bola fantástico e os movimentos perfeitamente sincronizados. Quando o fazia sem deslocamento lateral (na vertical) ao atingir a altura máxima da impulsão onde a desaceleração era próxima de zero, tinha-se a impressão que parava no ar. Com o movimento dos pés que eram estirados neste ponto potencializava o efeito (Beija flor).

 Sem dúvida merece um estudo biomecânico pormenorizado, mas tenho a forte impressão que se chegará a conclusão que Pelé foi entre outros predicados o maior cabeceador de todos os tempos.

sábado, 2 de novembro de 2013

Trairagem ?

                                               



       

                                                                           Uma acontecimento inusitado teve seu desfecho esta semana no mundo do futebol.

O Jogador brasileiro Diego Costa atacante do Atlético de Madri, que está em ótima fase atualmente, ( artilheiro do campeonato Espanhol, vem marcando mais gols que Messi e Cristiano Ronaldo), foi preterido pelo técnico da seleção brasileira e por  Vicente Del Bosque da Espanha.

Através de uma armação (pegadinha) de uma radio espanhola, em que um dos locutores se fez passar pelo presidente do Atlético de Madri, Felipão declarou ao mundo sua intenção em convocar o jogador Diego Costa, sacramentando o impasse.

A Fifa, por sua vez, absurdamente permitu que o jogador brasileiro convocado para um setor deficiente do time,  jogue na seleção de outro país  concorrente direto ao título.

O desfecho foi o que já se anunciava e Diego Costa comunicou oficialmente sua intenção em jogar pela Fúria. 

Felipão ao pronunciar que diante de tal fato o jogador já está automaticamente desconvocado, deixou transparecer sua ira declarando que o jogador deu as "costas" para a torcida brasileira.  .

Uma corrente de comentaristas (a maioria), do alto de suas análises racionais, acharam normal a escolha de Diego e repudiaram as declarações de Felipão, fazendo uma alusão ao nacionalismo pregado no tempo da ditadura, motivados pelo descontentamento com  atual administração da CBF.

Para reforçarem seus argumentos, alguns afirmam que houve um exagero de Felipão e que seleção não é a pátria. Outros ainda fazem piadinhas com o ocorrido . Neste caso o comentarista Mauro Cezar Pereira (ESPN) que afirma que a CBF depois de saber da decisão, disse que não se interessava pelo jogador, o que não é verdade.

Percebe-se a intenção do comentarista acima em manipular nossa opinião, tripudiar em cima da decisão tomada que é contraria aos nossos interesses e atacar, como sempre o faz sistematicamente a comissão técnica da seleção.

Eu como torcedor, bem como aparentemente o técnico da seleção, queríamos Diego Costa como uma bela opção no ataque de Brasil.

A história de Diego Costa é igual a da maioria dos jogadores que saem do Brasil para jogar lá fora. Ele foi chamado e teve que optar por uma seleção ou outra, em igualdade de condições em ambas (sem a certeza se jogará)  . 

Ocorre que uma é a seleção de seu país e ao recusa-la despertou sentimentos próprios existentes no mundo do futebol, onde seleções representam (obviamente no plano esportivo) seus países e o fato é entendido dentro deste mundo como traição (guardada as devidas proporções) potencializado pelo fato da copa ser aqui.

O que eu particularmente não entendo é como estes senhores que vivem o mundo do futebol, não reconheçam esses sentimentos e também não os tenham.

Tentam racionalizar o que por si só é irracional dentro dos limites do ponderável. O futebol é regido pela emoção e sem sentido algum se não for assim. A confusão de sentimentos, como a diferença em se  defender a seleção e defender a pátria é comum. Vale observar que o torcedor não é um ser acéfalo   e que sabe diferenciar as situações.

Estas palestras doutrinadoras ferem nossa inteligência. Esse medo de que as declarações de Felipão deflagrem movimentos contundentes contra Diego Costa é sem cabimento. Mas o sentimento de traição ("traíragem") é o que fica latente independente do que digam Felipão ou Mauro Cezar.

 A resposta vira das arquibancadas. Diego teve o direito de tomar a decisão que quis. A torcida tem o direito de julgar da forma como quiser e no mundo do futebol o que ele fez é imperdoável.